quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Escolhas Difíceis Que Podem Mudar

Bom dia/boa tarde/noite pra vocês!

Voltei aqui milagrosamente porque precisava desabafar sobre uma coisa que eu fico pensando todos os dias. E essa coisa é: o curso que escolhi para minha graduação; a faculdade.

Biblioteca IFNMG 2014 - campus Montes Claros

Pois é. No terceiro ano do ensino médio, eu não era uma aluna super exemplar e muito menos tinha as maiores notas. Física mesmo, passei com 63, em ciminha da média. Eu queria passar numa faculdade já depois de terminar o terceiro ano como fizeram os meus pais. Eles ficavam contando que "saíram da escola já entrando na faculdade", eu queria fazer a mesma coisa, seguir o mesmo exemplo, então, eu queria passar.

Realizei quatro provas para entrar na faculdade, nas instituições FACIT (Engenharia Química), Unimontes (Artes Música), IFNMG (Engenharia Química) e o ENEM (Produção de Grãos). Em todas passei.

Bem, o ENEM nem conta, pois tirei nota baixa e só pude colocar a nota para Produção de Grãos. Nada contra o curso, mas não era o que eu queria. Na verdade, eu nem sabia o que eu queria, mas os outros contavam mais porque são na mesma cidade em que moro.

Comecei a me interessar pelo curso Engenharia Química a partir de amigos que diziam tantos benefícios que o curso podia ter. É uma das quatro maiores engenharias que existem, ao lado de Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica. Pensei que poderia gostar, já que tem um lado meu que ama a ciência, a química, a física e, principalmente, a matemática. Mas estava na dúvida, já que eu era também muito inclinada à música, às Artes, à criatividade e poderia escolher Música. 



Com medo de Música ser para mim apenas um hobby e não realmente algo do qual eu queira trabalhar, escolhi a Engenharia Química, que, além de uma profissão bem conceituada, é muito necessária e com bastantes benefícios.

Claro que dinheiro não é o que eu acho mais importante no mundo, eu não entrei no curso somente por isso, mas quando você cresce numa família em que a renda não é aquilo que deveria ser – meus pais são professores – e vê as frustrações pelas quais seus entes mais sofrem, dinheiro sim, precisa ser discutido. A partir do momento em que você tem a opção de entrar num curso que obviamente te traz mais lucros que outro, você opta por ele, você pensa na família. O problema é que essa escolha é um peso muito ruim de carregar.

Eu fui percebendo aos poucos que eu carregava esse peso. Não me interessando pelas matérias, deixando de estudar, tirando notas baixas quando achava que estava indo bem, vendo que eu não combinava com a profissão e pior, estava odiando Química. Como eu poderia odiar a disciplina que dá nome ao curso? Mas isso não era por causa dos professores, da faculdade, do ambiente ali e nem as disciplinas. Era eu. Engenharia Química não é o encaixe perfeito pra mim. Eu até me esforço, tento gostar na pressão, estudo e tento gostar da matéria, mas simplesmente não dá.

Isso é o que acontece quando se faz o curso errado, faz porque os outros pedem ou, como no meu caso, faz porque achava que seria melhor assim. Não é melhor. Na verdade, piora as coisas. A sua vontade de aprender, a vontade até de ir à faculdade. Nossa, quando chegaram as férias eu faltei chorar de tanta alegria e, infelizmente, as aulas vão voltar semana que vem.



Não façam isso. A massa de pessoas que querem Medicina ou Direito só pelo salário. É tão ruim. É desanimador você ir todos os dias à faculdade aprender uma coisa que você não gosta ou não tem inclinação para.

Se você está na dúvida, como eu estive, pesquise mais, leia mais, entre no mundo do qual você acha que é adepto. Se você achar “nossa, não me vejo num tribunal”, “não me vejo fazendo cirurgias”, “nem penso em como seria eu falando para um público”, enfim, se você achar isso, repense o curso que escolheu. Eu mesma, não me vejo como uma engenheira.

Eu continuo no curso, mas pretendo sair. Não consegui pelo ENEM agora, mas vou tentar no meio do ano. E também posso pedir transferência. Tomara que eu consiga. O pior é que meus pais sempre disseram “você tem que fazer o que te deixa feliz. Se você não gostar do seu trabalho, como pode se sair bem lá? Vai ser infeliz?”. Se meus pais foram assim e eu é que escolhi o curso e estou sendo infeliz, imagina quem “tem que fazer” o curso a pedido dos pais... Eu penso que essa pessoa tem que ignorá-los e fazer o que é o melhor para si mesmo. Se tiver que sair da cidade, saia. Trabalhe, conquiste o gosto dos seus pais. Mas ser infeliz e fazer o curso é a mesma coisa de não fazer o curso. Fora que tem gente que nem quer fazer faculdade... Simplesmente não combina com a pessoa. E qual é o problema?



Se você acha que tem que fazer um curso logo, pra trabalhar logo e fazer tudo logo, por isso não vai mudar de curso, eu só digo que de duas uma: ou você realmente acaba tomando um gosto pelo curso ou você deixa de ser ansioso um pouco e pensa em você. Temos a vida inteira pra fazer um curso, não precisamos de pressa. Isso só vai te fazer ficar estressado e ansioso com as coisas.

Então, se você está num curso e é infeliz, mude. É muito ruim isso. Se você não entrou ainda, pesquise muuuuuito sobre as profissões. Eu estou pensando em Arquitetura, e você?

Bem, para tentar ajudar um pouco, eu achei esse teste vocacional o melhor que eu já fiz: Teste Vocacional. Ele não vai te dar o curso certinho do qual você tem que fazer, vai te dar opções. É até melhor assim.

Vou ficando por aqui. Tenho mais um semestre ainda pra enfrentar o meu “curso errado” e ver se entro no meu “curso certo”. Aliás, isso pode até mudar. Pode até ser que eu comece a gostar da EQ. Tenho a vida toda pra decidir. =D

Abrazito para tuyos!
Isabella Revert

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