domingo, 18 de julho de 2010

Aula de matemática - ou de física?

Primeiro dia de aula. Quinta série. O novo professor de matemática queria testar um pouco do conhecimento de cada aluno da turma.

Fulana conjugou um verbo, Sicrano explicou a metamorfose de um sapo, Nem declamou um pequeno poema, etc.

O professor estava muito orgulhoso da turma, e achou não ter problemas com ela durante o ano por estar tão bem.

Porém, chegou a vez de um alguém responder. Aí ele mudou esse conceito. Depois de chamar três vezes a atenção para responder o que sabia, e ter que repetir a pergunta o mesmo número de vezes, o aluno finalmente disse alguma coisa:

- Ao invés de falar o que sei, posso dizer como foi um dia de aula no ano passado?

O professor impaciente fez que sim com a cabeça e esperou.

- Bom... acordei de manhã, lavei meu rosto e... preciso dizer a cinemática depois disso? Acho que não. Todos sabem o que fazem no banheiro (risos). Saí do banheiro, me troquei e tracei uma trajetória da porta de minha casa até o carro. Na minha mão estava um ioiô e eu estava jogando-o para baixo. Ele não ficou exatamente retilíneo... traçou uma linha meio curvilínea mesmo... Mas isso é relativo, não é? Depois de entrar na sala de aula, me sentei e tentei ficar mais tempo em repouso, já que sou tão hiperativo. Me mexo tanto que nem dou uma chance para o intervalo de tempo se contestar. A professora de matemática demorou certa velocidade média que dava tempo de eu colar a resposta da tarefa de meu colega (ficou vermelho lembrando-se que estava falando para o professor). B-bom... depois de a professora chegar, já não dava mais para terminar tudo, então fiz o que deu na maior aceleração! (era melhor confessar!) A professora escreveu mil e tantas coisas no quadro negro, mas, como eu estava com preguiça, eu fiquei desenhando o sol e os planetas e suas trajetórias elípticas. Mas como ela sabia que eu só fico desenhando, foi na minha carteira e me pegou no flagra! Poxa... eu também estava inventando alguns planetas novos! E eu teria de copiar tuuudo aquilo no quadro! Olhei para os movimentos circulares e lentos dos ponteiros do relógio e, ainda bem, ia bater o sinal dali um minuto. Bateu e a próxima professora era a de português, e na aula dela, sempre ficávamos agitados. Mas a professora ficava na mesma calma uniforme de sempre... Não sei como conseguia, às vezes, dar aula. Ela dizia que nossa dinâmica era a ansiedade, ou certa angústia que sentíamos todos os dias. Eu ria disso... Mas baixo, claro. E quando ela escrevia no quadro? Sua força aplicada no giz era tão forte que ela desistia de escrever e ditava. Sabe do que acabei de lembrar? A resistência que minha mesa tinha em relação às outras mesas era bem diferente. A minha era pesada! Nem dava para deslocar direito. Sabe o que acho? Devia-se criar uma lei que explique a inércia. Só para saber mesmo, não acha? Eu acho que é a força que faz variar a velocidade de um corpo, isso é o que muda o movimento... Sicrano, dizia que era só andar... Não! Há uma explicação melhor que isso não é? Eu fico com raiva quando ninguém explica as coisas direito! E aconteceu quase a mesma coisa quando perguntei a ele o que era ação e reação... Ele não respondeu direito! Que coisa, hein?!
A professora estava declamando um poema nessa hora, e eu resolvi prestar atenção já que eu podia tomar recuperação em português... E nessa hora eu fiquei extremamente com raiva... Ela disse: “O ponto de equilíbrio do homem é o coração e não sua mente!”
Não é nem a mente, nem o coração! É lóóógico que é o umbigo!! Bati a mão na mesa tão forte que todos olharam pra mim achando que era louco... E a professora disse: “Está vendo, ele também concorda!” Eu? Concordar? Com um absurdo desse? De jeito nenhum... Me mantive em repouso constante até que o sinal batesse e eu pudesse ir embora sentindo indignação! Ah, professor... Não tenho nada mais a declarar... Estou tão indignado que paro por aqui!

Ele parou de falar e um silêncio mortal reinou na sala.

Ninguém falava nada... Estavam todos perplexos com a resposta. O professor esqueceu como fechar a boca, Fulana não conseguia esconder os olhos arregalados, e assim todos os outros colegas estavam em choque.

Sicrano, que conhecia bem o amigo, disse:

-Tudo bem gente! Isso é normal para o Isaque Niutom... Espera ele explicar onde fica a bile!

Isaque ficou em repouso e envergonhado e esperou os ponteiros do relógio colaborarem...

Isabella Revert

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Você pode comentar as postagens, dar dicas e até opiniões... nos ajude a melhorar a rádio!